É a partir do site da ProChild CoLAB Against Poverty and Social Exclusion, um Laboratório Colaborativo sedeado em Guimarães, que os pais das crianças vimaranenses entre os três e os dez anos podem aceder ao rastreio de saúde mental disponibilizado por esta entidade para promover o bem-estar e a resiliência das crianças e respetivas famílias. Foi o que Filipa Ferreira, a mãe da Mafalda, fez para responder aos questionários e participar neste projeto. Neste artigo explicamos tudo o que deve fazer para fazer o mesmo e aproveitar para despistar eventuais problemas de saúde mental nas crianças.
A participação neste rastreio é gratuita e para responder aos questionários é necessário proceder a um registo simples a realizar através do site da ProChild que pode ser acedido AQUI. Depois de clicar no botão “Quero participar no projeto” deve preencher os campos solicitados – nome da criança, idade, município e escola que frequenta - e a indicação do email e a palavra-passe escolhidos que vai utilizar depois para iniciar a sessão. Finalizando o registo deve efetuar o login e responder aos questionários.
Filipa Ferreira não hesitou e fez questão de aproveitar esta oportunidade para perceber se a filha apresentava algum problema de saúde mental. “Os rastreios são, na minha maneira de ver, essenciais, pois permitem identificar precocemente problemas. Este, em particular, é muito importante, na medida em que muitas vezes nós pais, não conseguimos ter uma perceção clara sobre o que é tido como expectável em determinada fase do desenvolvimento dos nossos filhos”, refere Filipa Ferreira que se assume “mãe atenta a esta questão”. A Mafalda apresenta “comportamentos típicos de uma criança feliz, e apesar de “ser uma criança reservada, expressa-se com facilidade, tendo em conta a idade”. É por isso que Filipa Ferreira assegura não estar apreensiva em relação ao resultado que poderá obter. “Se eventualmente o resultado deste questionário revelar que a minha filha tem alguma questão associada à sua saúde mental que necessite de intervenção, fico descansada por ter tido a oportunidade de o reconhecer para poder agir em conformidade”, referiu antes de proceder à participação neste rastreio da ProChild COLAB.
“O questionário é muito claro, as perguntas são curtas, e de fácil interpretação”, considerou Filipa Ferreira que, depois de dedicar 15 minutos a responder às questões colocadas, confirmou que o rastreio efetuado à Mafalda não detetou sinais indicativos de problemas ou perturbação psicológica.
“O resultado obtido foi ao encontro das minhas expectativas. O rastreio não detetou sinais de quaisquer problemas psicológicos. Mas, enquanto mãe atenta, aproveito este tipo de iniciativa para poder agir em conformidade, caso os resultados fossem outros. A prevenção é fundamental tanto na saúde física como na saúde mental”. Filipa Ferreira
Mas caso o resultado fosse diferente, seria dado seguimento à intervenção psicológica contemplada no âmbito deste projeto e que foi facultada a cerca de 111 crianças, 76 a frequentar o ensino básico e 35 em contexto pré-escolar num universo de 269 alvo de avaliação psicológica e de 1333 crianças rastreadas até ao momento.
A psicóloga e investigadora Marlene Sousa associada ao Eixo da Saúde e Bem-estar da ProChild CoLAB revela que “os pais, quando respondem a estes questionários, recebem feedback”, o que significa que “logo à partida sabem de forma imediata se a criança pontuou no rastreio ou não”. “É pedido um conjunto de informações para a nossa equipa contactar telefonicamente e agendarmos uma consulta para avaliação psicológica mais aprofundada para percebermos o que é que está a acontecer e se a criança pode beneficiar dos programas de intervenção que disponibilizamos”, descreveu a psicóloga.
Foi em fevereiro de 2021 que este projeto lançou um rastreio online através da Plataforma +Cidadania para identificar os potenciais problemas de saúde mental dos cerca de seis mil alunos das escolas do concelho com o intuito de analisar os efeitos adversos da pandemia na saúde mental das crianças provocados pela alteração de hábitos, o encerramento de escolas e consequente isolamento, devido aos confinamentos relacionados com a pandemia por COVID-19.
“Percebemos que, efetivamente, pelos efeitos indiretos, as crianças de facto seriam bastante impactadas nas suas rotinas, no seu dia-a-dia e que isso traria consequências para a sua saúde mental”, começa por contextualizar a psicóloga e investigadora Marlene Sousa associada ao Eixo da Saúde e Bem-estar da ProChild CoLAB no qual se enquadra este projeto. “E, portanto, desde logo pensamos como é que nós podemos ajudar as crianças do município de Guimarães, que é onde a ProChild tem a sua sede e desenvolve muitos dos seus projetos?”, acrescentou.
Os pais devem estar atentos a qualquer alteração do ponto de vista do funcionamento emocional ou do ponto de vista do comportamento da criança. Com este rastreio consegue-se avaliar as questões de humor, ansiedade, sinais de problemas de relacionamento com os outros: “Portanto, normalmente podemos estar a assistir a crianças que estão mais chorosas, mais tristes que se mostram mais em baixo, mais isoladas do ponto de vista social. Mas, por outro lado, também podemos estar a falar de crianças que estão mais agressivas, mais conflituosas”, exemplificou Marlene Sousa.
O CoAction Against AdversitY disponibiliza, de forma gratuita, seis sessões ministradas por psicólogos credenciados da APsi-UMinho. “Depois dessas sessões avaliamos novamente, e se, eventualmente, alguns problemas se mantiverem, há a disponibilização de mais seis sessões de uma forma também gratuita”, salienta Marlene Sousa.
“Este projeto não tem só um caráter remediativo em relação a problemas que já existem, mas tem também um caráter preventivo. E, portanto, quanto mais precocemente nós atuarmos sobre aqueles sintomas que estão a emergir na criança, mais facilmente estamos a prevenir situações mais gravosas do ponto de vista da saúde mental. Nós sabemos que resolver essas questões muito precocemente é um grande fator protetor para o desenvolvimento futuro, não só na infância, mas também na adolescência em idade adulta”. Psicóloga e investigadora, Marlene Sousa
Este projeto resulta de uma parceria entre este CoLAB na área social, a Câmara Municipal de Guimarães, a Associação de Psicologia da Universidade do Minho (APsi-UMinho) e o Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho (CIPsi).
Todos os titulares das responsabilidades parentais das crianças vimaranenses que tenham entre três e dez anos também podem participar neste projeto de Rastreio de Saúde Mental e Bem-Estar Infantil no Município de Guimarães que contribui para um desenvolvimento saudável e uma melhoria na qualidade de vida no longo prazo.
Descrição do processo de participação: Acesso ao site
PASSO 1 | Clicar no botão abaixo ‘Quero participar no projeto’.
PASSO 2 | 1.Efetuar o registo e preencher os campos solicitados com os dados que deverá utilizar posteriormente para iniciar a sua sessão: Indique o seu email; Crie uma palavra-passe; Confirme a sua palavra-passe; Indique a idade da criança que será alvo do rastreio; Selecione o Município e a Freguesia, considerando o Município e a Freguesia de residência da criança ou o Município e a Freguesia da IPSS/escola privada/escola pública que esta frequenta.
2.Clicar em “Registar”.
PASSOS 3 E 4 | Efetuar o login com o e-mail e palavra-passe definida no passo anterior. Clicar em “Iniciar sessão”.
Se tiver alguma dúvida/questão, por favor, contacte a equipa do ProChild COLAB através do e-mail: saudemental_guimaraes@prochildcolab.pt ou do contacto telefónico 932 143 879.